História e Mito no meu Romance, O Amanhecer Sem Fim, e a Política Contemporânea

Meus leitores muitas vezes me perguntam em que medida o romance O Amanhecer Sem Fim é história e em que medida ele constitui um mito. Minha resposta é que O Amanhecer Sem Fim cria um novo mito baseado em antigas lendas do vale do Indo, inclusive os Vedas. Nesse sentido, O Amanhecer Sem Fim realiza a mitopeia, ou seja a elaboração de um novo mito. O público de nossa época está em busca de novos mitos, e é por isso que épicos como Guerra nas Estrelas e O Senhor dos Anéis são tão populares.

Em um mundo de textos e tweets, são os políticos com lábia que lançam mão de mitos e discursos cativantes, como os bardos do passado, particularmente sobre nacionalidade e nacionalismo, os quais atendem os anseios das pessoas. Cabe aos autores  de ficção histórica, portanto, criar mitos novos de forma responsável, percebendo que alguns leitores, apesar das advertências do escritor, irão eventualmente interpretar literalmente estes mitos novos e lê-los como quase-história, e talvez até mesmo utilizá-los para fins políticos.

Nesse sentido, O Amanhecer Sem Fim deve ser lido como pura ficção. Inspirado pelas sagas antigas dos tempos védicos, porém um relato baseado exclusivamente na imaginação do autor, O Amanhecer Sem Fim deve ser apreciado como um conto universal, mas não como quase-história. É um relato sobre a tensão amenizada pelo amor entre dois irmãos muito diferentes, Endra e Eiryaman, e sobre um triângulo amoroso entre uma princesa local, Munnala, um embaixador estrangeiro, Kindattu, e o príncipe do povo eirya, Eiryaman.